segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Vencendo as barreiras nos relacionamentos

Se não tivéssemos aprendido um pouco sobre a metamorfose das borboletas, sequer poderíamos imaginar que o mesmo inseto que esvoaça entre flores tenha sido uma asquerosa lagarta, a qual semanas antes estava rastejando pelo mesmo jardim.
Foram necessários interesse e maturidade para estudar o delicado comportamento dessas lagartas, do contrário, teríamos nos empenhado no extermínio daquelas devoradoras de plantas e erradicaríamos da natureza a beleza colorida que vivifica os bosques. Uma dedicação semelhante se faz necessária para cada um de nós quando a questão envolve vidas e diferenças de comportamentos.
Como seria fácil se, para o nosso convívio diário, – diante das divergências e na tentativa de convencer alguém sobre uma determinada opinião – pudéssemos inserir um cartão de memória pré-programada para obter os resultados esperados, como fazemos em máquinas… Ou ainda, não estando satisfeitos com as atitudes e procedimentos de alguém, simplesmente cortássemos o contato com ele, como podamos os ramos de uma árvore em nosso jardim.
Por diversas vezes já tivemos vontade de “abrir” a cabeça de alguém e fazer com que ele entendesse o nosso pensamento para que vivesse a nossa vontade. Entretanto, bem sabemos que, diante de tais desafios, muitas vezes, tomamos atitudes enérgicas, apoiadas em nosso autoritarismo. Se assim agirmos, estaremos sufocando a “metamorfose” na vida daqueles que ainda precisarão atingir o próprio amadurecimento, tal como ocorre com as borboletas.
Quem se abre aos relacionamentos deverá estar sempre disposto a resgatar a saúde do convívio, mesmo quando inúmeras situações indicarem a facilidade da fuga como válvula de escape. É verdade que somente nos desentendemos com aqueles com os quais realmente convivemos e, de maneira especial, quando as coisas não vêm ao encontro das nossas cômodas intenções. Muitas vezes, preferiríamos viver numa ilha, isolados de tudo e de todos, especialmente quando experimentamos as asperezas dos desentendimentos, comuns e pertinentes às nossas amizades. Em outras ocasiões, surge até o desejo de pegar um dos nossos amigos pelo pescoço, chacoalhá-lo e jogá-lo contra a parede. Certamente, tal vontade tem de ser controlada, já que esses sentimentos tendem a desaparecer com a mesma velocidade com que emergiram no calor dos ânimos exaltados.
Contudo, a lição proposta pela vida é a de sempre conquistarmos alguns passos à frente na caminhada que estamos trilhando rumo à maturidade. Mas como fazer com que um infortúnio se torne uma história de superação? Sem culpar pessoas ou acontecimentos, passemos a considerar as consequências do impasse que estamos enfrentando. Sem parar na dificuldade, busquemos as possíveis soluções ao nosso alcance. Pois, assim como o rochedo desafia um alpinista, as nossas diferenças permanecerão imóveis até que nos coloquemos em ação para superá-las.
Tal como as ondas do mar roubam as areias sob os nossos pés, as desavenças, impaciências, irritações, invejas solapam os alicerces das nossas amizades. Penso não existir coisa mais descabida numa relação pessoal do que o ato de “dar um gelo”, ou como alguns preferem dizer: “matar fulano no coração”, ou seja, esquecê-lo. Ignorar, mudar de calçada ou desconsiderar a presença de alguém, que antes fazia parte de nosso círculo de amizade, faz com que retrocedamos ao tamanho das picuinhas dos seres mais ínfimos que podemos imaginar. Seríamos injustos se comparássemos tais atitudes ao comportamento infantil, pois, na pureza peculiar das crianças, sabemos que logo após seus acessos de raiva, estas instantaneamente voltam à amizade sem nenhum ressentimento ou mágoa.
Pelos motivos acima apontados, muitas vezes, ferimos os sentimentos daqueles com quem convivemos; talvez, na mesma intensidade de uma agressão física.
Para nós adultos, reviver a aproximação com alguém que tenha nos ferido não é uma atitude fácil. Ninguém é superior o bastante para estar livre dos erros e deslizes em seus relacionamentos. Podemos ser vítimas, também, de nossos próprios ataques que, refletidos em atos potencializados pela ira, descontentamento ou ciúme, tenham decepcionado um amigo com nossas grosserias ou indiferenças. O restabelecimento desses abalos em nossas relações, ainda que não seja algo fácil, poderá ser possível ao tomarmos a iniciativa da reaproximação, por exemplo, a partir das atividades ou coisas que eram vividas em comum.
“Atire a primeira pedra aquele que nunca errou”. Assim, ao nos colocarmos na mesma condição – sujeitos aos mesmos erros – justificaremos a atitude do destrato sofrido não como sendo um comportamento próprio do nosso amigo, mas como resultado de uma faceta ainda desconhecida dentro do nosso convívio, a qual precisará ser trabalhada.

domingo, 30 de outubro de 2011

Ambição e ganância

É muito interessante observar as crianças: já prestou atenção quando elas ganham um brinquedo? Aquele sonho de meses ou até anos, em pouco tempo se desfaz quando elas ganham o tão sonhado presente. A satisfação de ganhar, rapidamente se transforma numa nova insatisfação e, logo, elas almejam um novo objeto.
Nesse sentido, filósofos indicam que o homem insatisfeito é aquele que tem a capacidade de provocar mudanças ao seu redor. A insatisfação é uma condição humana que faz parte da evolução do homem. Vale aqui fazer uma distinção entre ambição e ganância, pois muitos podem pensar que querer algo mais se trata de ganância. O ambicioso constrói, ao passo que o ganancioso destrói. A ambição pertence às qualidades do homem; a ganância, a seus defeitos.
Imagine um casal, no qual uma das partes, satisfeita com a conquista, se esqueça de cuidar, de amar, de dar atenção: é como se, satisfeitos com aquilo que já têm, não continuem a dar atenção ao relacionamento e, aos poucos, deixem-no morrer. Um homem satisfeito com seu trabalho faz apenas aquilo que lhe é dado e, muitas vezes, não se lança ao novo.
Pensando nos jovens, é sadio imaginar que, nessa fase da vida, eles querem mais, querem fazer diferente ou mudar e melhorar aquilo que são. O que não é bom, nesse caso, é um jovem que não tem perspectivas ou que nada quer para sua vida.
Devemos ter cuidado com a ansiedade gerada por nossa insatisfação, pois com ela, surgem sentimentos em nós como o autodesprezo, a diminuição de nossas habilidades ou o sofrimento, quando não conquistamos nossos projetos. Quando a ansiedade nos abraça passamos a gerar queixas e mais queixas com o objetivo de abandonar esse sentimento. Essa situação pode ocorrer, mas conforme o tempo passa, chega a frustração, situação que se torna até mais difícil de administrar dentro de nós.
Uma forma para observarmos e nos relacionarmos com a insatisfação humana é fazermos uma conta: qual a distância existente entre a ambição e a ganância?
Vale lembrar que estar insatisfeito é buscar o diferente, buscar a mudança naquilo com o qual não concordamos ou que poderia ser diferente. Porém, a ambição pode ser considerada um sentimento positivo se pensarmos que ela favorece o crescimento e a superação em todas as dimensões de nossa vida.
Percebe como tanto o ganancioso quanto o ambicioso são insatisfeitos? A diferença é a forma como cada um canaliza e trabalha com seus desejos. O ambicioso quer chegar lá para se realizar e compartilhar, enquanto o ganancioso quer chegar primeiro para pegar a parte maior e não ter que repartir. Podemos chegar à conclusão de que ambição faz parte das qualidades do homem, já a ganância pertence aos seus defeitos. Quando não temos o equilíbrio necessário é que nos vemos envolvidos com o sentimento de ganância, ou seja, o querer cada vez mais para nós em detrimento dos outros, o que não é saudável, pois “anulamos” o outro neste nosso desejo que querer sempre mais.
E você? Como tem lidado com a insatisfação em sua vida?

sábado, 29 de outubro de 2011

Depressão, um mal que atinge a todos

Não há quem não tenha depressão, até entre os salmistas você encontra deprimidos. Até Jesus. Mas não podemos parar nela, senão vira enfermidade. Depressão significa "buraco". A pessoa cai no buraco - e todo mundo cai. Quem nunca ficou triste? Importante é não ficar nele. Com Deus nós saímos do buraco.
O Vaticano fez um congresso sobre esse tema [depressão], porque eles estão preocupados com esse mal. Eu li o resumo desse evento e vi que são 300 milhões de pessoas no mundo que sofrem com essa enfermidade. Precisamos tratar desse povo.
Depressão tem cura, e esta tem 3 caminhos:
- Procure um médico psiquiatra; ele pode dar remédio;
- É preciso um psicólogo para saber como se comportar diante das situações difíceis;
- O tratamento tem de ser físico e espiritual.

A medicina cuida do corpo e Deus cuida da alma. E a depressão é uma doença mais da alma que do corpo. E quem cuida da alma é o psicólogo e a religião. Não tenha medo de procurar os três tratamentos. Vá ao grupo de oração e peça oração, mas vá também ao médico. Se você puder buscar alguém que tenha experiência e maturidade para rezar por você, ótimo.
Essa doença é muito difícil de ser diagnosticada. Eu coloquei no meu livro uma relação de coisas que uma pessoa deprimida pode apresentar: doença crônica, problema afetivo, falta de sentido para a vida, excesso de trabalho. Essas são causas. Mas o que a pessoa sente? Muitos podem ser os sintomas da depressão como: cansaço, pensamento de culpa, tristeza, autoestima baixa, falta de apetite, falta de vontade de rezar, fadiga, memória fraca, insônia, dificuldade para decidir, pensamento de morte, quedas de cabelos.
Não adianta falar que a pessoa é fraca. Não importa por que ela está em depressão, você tem de tirá-la do buraco. Tem de juntar pai, mãe, irmãos, namorado. Rezar abraçado com a pessoa uma Ave-Maria, chamá-la para tomar um sol, sair, tomar um sorvete... Tem de tirar a pessoa do buraco com carinho e devagar. É um ato de amor e caridade - e a família é importantíssima nisso.
O deprimido tem de agir contra esse mal, ou seja, reagir, não pode se entregar à tristeza. Temos de cultivar a alegria. Não podemos ficar no buraco.
Como sair da depressão? Você tem de ver o valor que você tem. Só assim não ficará no buraco. Só fica nesse local quem não dá valor a si mesmo. Quem fica nesse lugar é lixo. E você é uma obra de Deus! Perceba o valor que você tem. Você é um ser, alguém muito importante para Deus. Pare de falar que você não tem valor, que você não presta! Você tem valor: isso é a primeira coisa que um deprimido tem de entender. Você é filho do Dono do mundo!
Você quer a prova de que Deus Pai o ama? Jesus disse que Ele pode ter 99 ovelhas, mas se tem uma perdida Ele deixa as 99 para buscar você. Se você é a ovelha deprimida, perdida, Ele larga as outras e vai buscá-lo.
Entenda o valor que você tem. Você é um filho amado de Deus, e não tem direito de "queimar" sua vida. A graça não dispensa a natureza. O Todo-poderoso está pronto para mover o céu para que seu milagre possa acontecer, mas Ele não move uma palha para fazer aquilo que você pode fazer.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Sempre é tempo de recomeçar

Chegam momentos em nossa vida que algumas coisas parecem não ter mais jeito, não ter mais saída, não ter mais solução.
Parece que tudo está perdido, que estamos num beco sem saída, no meio de um labirinto em que não conseguimos saber por qual caminho seguir para sair. Podemos nos comparar com um quebra-cabeça que falta uma peça, ou quando a visão se encontra turva, a gente se encontra desfalecido.
A nossa humanidade fala tão alto, que até nos esquecemos que há uma força em nós, há uma força para nós, há uma força que nos fará prosseguir e que nos concederá a vitória. Essa força é Jesus. Ele é a nossa força e vitória.
Muitas vezes eu sei que não é fácil ter que fazer aquilo que não queremos, ter que ir por caminhos que não desejamos, ter que abrir mão por um tempo de coisas, pessoas, que nos fazem tão bem...
Mas é preciso gravar no coração que tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus. Até mesmo aquelas situações mais difíceis, que doem tanto, até mesmo aquelas feridas que não queremos deixar que ninguém toque, para que não nos machuque mais, tudo isso concorre para o nosso bem.
Essa é a diferença do cristão para aquele que não crê, a fé que Deus tem sempre o melhor para nós.
Nesses momentos somos tentados a parar e permanecer com os nossos olhos fixos no problema, ficando na murmuração, ou até mesmo na descrença. E é justamente por esse motivo que as coisas ganham tamanha proporção, porque tiramos o nosso olhar de onde ele realmente deve estar: em Jesus.
Não podemos deixar que as circunstâncias adversas nos tirem a paz interior e o foco de onde queremos chegar, que é a santidade.
Tudo o que achamos que "perdemos" quando colocamos nas mãos de Deus a seu tempo ele nos concede de volta, e de maneira bem mais bonita do que antes.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Falar sobre liberdade

Vamos falar sobre liberdade? Parece encantador pensar em ser livre como um pássaro, não é mesmo?
Quantos de nós já não tivemos uma imensa vontade de sair “voando” por aí, vendo-nos livres das responsabilidades, das dificuldades, daquilo que nos aflige, daquela prova que não queremos fazer, daquela decisão que não queremos tomar ou, simplesmente, ser livre para não seguir regras de casa, dos pais, da sociedade.
Mas será que tudo é permitido? Nossa referência é da liberdade enquanto poder, ou seja, daquele desejo de ultrapassar limites e nesse sentido, quanto menos limites, restrições e regras, tanto maior é sensação de liberdade sentida pela pessoa. Porém, isso é uma visão distorcida do verdadeiro ser livre. Esta passagem bíblica nos traz esta recordação: “Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém”.
Não é possível negar uma realidade que sempre impõe regras a serem respeitadas e delas dependem a convivência saudável de uma comunidade. Assumir suas escolhas, analisar as possibilidades e observar os caminhos disponíveis de forma consciente são atos de liberdade; de liberdade responsável, especialmente, quando, de fato, tomamos um posicionamento definido.
O não escolher já é uma escolha. Porém, as escolhas podem ser mais ou menos conscientes. Quando ela não é clara para o homem, quando os motivos não estão explicitados, a escolha transforma-se em condenação – pois de qualquer maneira haverá uma escolha.
Liberdade é própria do homem; quando podemos ser livres nessas escolhas nos colocamos em papel de responsáveis pelos atos e pelas consequências destes. Fugindo e deixando que os outros pensem por nós, decidam por nós, ou ainda que atribuamos a responsabilidade para o outro, isso também é um ato livre, mas, talvez, não o mais consciente.
Ser livre é assumir responsabilidade por cada momento de seu viver, cuidando de suas escolhas da maneira mais autêntica possível, encarando os desafios e a angústia de estar lançado em um mundo que não oferece nenhum tipo de garantia de sucesso ou felicidade. Essas conquistas irão depender da maneira como cada um constrói seu caminho para a realização de seus projetos e como cada um de nós assume o projeto de liberdade responsável em nossas vidas, conduzindo nossa existência, porque ”Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém”.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Uma nova chance

É final de mais um ano! As luzes, as cores e um misto de despedidas e expectativas fazem esta época ser diferente de todas.
Trocamos presentes, nos confraternizamos, fazemos planos, balanços, viajamos; mas não é só isso. O encanto deste tempo também desperta nossos sonhos e nos enche de esperança. É um momento favorável para contemplarmos o que vivemos, celebrarmos as vitórias e alimentarmos a expectativa feliz à espera das coisas boas que podemos realizar no ano que vem.
Revendo nossa agenda, companheira de todos os dias, percebemos que tudo o que vivemos foi construtivo, mesmo os momentos difíceis. Quanto aos acertos, buscamos formas de torná-los mais freqüentes; nos erros, descobrimos as lições que eles sempre nos trazem. Sendo assim, analisar os acontecimentos é um passo importante que não pode parar em si mesmo, deve nos encorajar a lutar por aquilo que acreditamos, alimentar nossos sonhos e favorecer a realização. Sem planos e perspectivas, corremos o sério risco de parar no que já se foi e viver saudosos das vitórias, ou amargurados pelas derrotas. Coragem!
Esta é a proposta que lhe faço hoje: Não deixe morrer seus sonhos, não pare de lutar. O que não deu certo, este ano, pode dar no ano que começa. Não deixe morrer a esperança que está dentro de você, talvez sufocada por algum fracasso. Acredite, você está vivo! O novo ano é sempre restaurador; é Deus nos dando uma nova chance para recomeçarmos. Existe uma esperança no ar e eu a anuncio: “O Verbo Divino se fez carne e está entre nós...”. Já não estamos sozinhos, temos Deus conosco. O clima de mudanças é favorável, façamos bom proveito dele!
Muitas vezes, o que precisa mudar não são as pessoas nem mesmo as situações que consideramos difíceis, mas nossa maneira de lidar com elas. Esses dias, recebi de uma amiga seu depoimento que reforça o que digo. Ela escreveu assim:
“...Confesso que tenho lutado com mais afinco para viver bem o momento presente, aprendi este segredo e partilho com você. Hoje, não paro nas preocupações e me poupo do sofrimento de pensar no futuro, pois ele não depende de mim.
Já sofri demais, chorei demais, mas agora eu sei, preciso estar somente com Jesus. É difícil explicar com palavras, mas espero que me entenda... Sinto como se fosse um bálsamo sustentando e evolvendo meu coração, ajudando-me a ser melhor e fazendo-me permanecer firme. Este bálsamo é a presença de Deus que não me deixa desanimar.
Poderia estar queixando-me de tantas coisas, mas para que, se tem tanta gente sofrendo mais do que eu? Sofrendo a dor de não ter esperança, pois não conhece Deus. Sofrendo por ser escravo do pecado ou, simplesmente, porque se acostumou a sofrer.
Deus tem sempre o melhor para cada um de nós. Foi o que Ele me disse durante esta semana num momento de oração. Eu quero acreditar nisso e na essência do meu nada encontrar meu tudo. Eu quero recomeçar!”
Eu também quero recomeçar. E você? Acredito que já temos uma excelente dica para iniciarmos o ano de um jeito novo e planejar viver assim a cada dia. Talvez, esse seja o caminho para a felicidade tão desejada.
Tirarmos os olhos do negativo e contemplarmos a beleza que está ao nosso alcance, agradecermos pelo que temos recebido e reconhecer que somos amados e cuidados por Deus, sairmos de nós mesmos e tentarmos amenizar a dor de quem sofre mais que nós, partilhar o que temos e somos fazendo valer nossa fé que se traduz em obras. Certamente, são metas que colaboram para que, de fato, tenhamos Boas Festas e Feliz Ano Novo! Ou ainda, boa vida e feliz Mundo Novo a partir do princípio de que o mundo muda quando nós mudamos.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Vale a pena sonhar

Era uma manhã de sábado enquanto caminhava pelo vilarejo do litoral baiano, uma paisagem, entre tantas, me chamou atenção: uma casinha com alpendres, varandas e muitas flores nativas, daquelas bem simples, que nascem e crescem sem exigir cuidados, com cores diversas e vibrantes, beleza simples e original.
Atraída pela beleza, aproximei-me da casa e, como não havia ninguém, fiquei bem à vontade para observar os detalhes. Em pouco tempo percebi uma placa pendurada no alto do portão central, onde estava escrito escrito: "Vendo, troco ou alugo. Faço qualquer negócio". Logo pensei no proprietário da casa. "Por que será que está tão decidido a se desfazer desta propriedade?"
A casa parecia bem planejada. Tinha detalhes de bom gosto, sinais de delicadeza. Deduzi que se o dono estava assim tão disposto a se desfazer dela, certamente seus sonhos teriam se perdido no tempo.
Já faz alguns anos que vivi este fato, mas até hoje penso no assunto. Dizem que sonhos não envelhecem, eu concordo. Aliás os sonhos nos mantêm vivos. "Quem deixou de sonhar já parou de viver...", diz o poeta.
Bom, se pudesse teria me arriscado a dizer ao proprietário daquela casa: "Não desista dos seus sonhos!". Ou diria ainda para ter calma antes de abrir mão de tudo. Na hora das decisões é sempre prudente ponderar entre o sentimento e a razão. Onde estarão os motivos que o levaram a construir uma casa tão bonita?
E quanto a você que agora lê meus escritos de um fim de tarde: Por onde andam seus sonhos? Quer falar sobre isso? Pode ser que, por algum motivo, também tenha colocado uma "placa de venda" neles, abrindo mão deles. Ou pode ser também que não tenha se desfeito da "casinha", mas vive nela por viver... Por alguma razão, tenha perdido o entusiasmo e o encanto pela vida. Neste caso, o pior é que todas as vezes em que pensa nos detalhes de seus sonhos é como se tocasse em feridas da alma, o coração aperta e dói. Eu sei, não é fácil, mas é possível superar esse sentimento, com a graça de Deus! Eu sou testemunha disso.
Vou mais além: será que nos "vilarejos" de sua história há algum sinal de desistência? Pensar em seus sonhos de criança lhe causa alegria ou tristeza? Seja como for, convido-o a valorizar seus sonhos. Eles são seus e isso os torna preciosos, exclusivos e muito valiosos.
É certo que existem sonhos em nossa vida que, por diversas circunstâncias, não foram nem serão realizados. Aí precisamos encontrar em Deus uma maneira de enfrentar a realidade sem nos deixar contagiar pela decepção. Uma maneira de lidar com situações assim é fazer, por exemplo, a leitura dos acontecimentos valorizando o que existe de bom em nossa história, de forma a permitir que Deus cure o que sobrou da dor.
Recordo-me de um sonho que tinha quando era crainça. Por admirar a relação dos meus pais e sabendo que eles sempre foram pobres, pensava em fazer uma festa bonita na comemoração dos seus cinquenta anos de casados. So que isso não aconteceu. Quando faltavam apenas dois anos para o acontecimento o meu pai faleceu. Lembro-me de que quando voltamos do velório, fomos rever algumas fotos e minha mãe mostrou-me uma que eu havia guardado para fazer o convite das bodas, ela sabia desse meu desejo e partilhou comigo, em lágrimas, a sua dor. Senti naquela hora que não seria possível realizar o sonho que eu havia alimentado havia tanto tempo e a dor da perda do meu pai se misturava com mais essa perda. Pode parecer uma coisa simples, mas para quem a vive não o é.
No meu caso, precisei entregar a situação a Jesus e pedir-Lhe várias vezes que curasse meu coração, pois todas as vezes em que ouvia falar em "bodas de ouro" sentia tristeza e lembrava meu sonho desfeito. Hoje graças a Deus, já superei isso. Deus foi mostrando-me as inúmeras graças de ter uma família como tenho e a presença do meu pai por tanto tempo em meio a nós. E fez-me perceber que muito mais valia isso do que fazer uma festa bonita sem ter o que realmente celebrar. Lembro-me ainda de muitos outros sonhos de criança, alguns que ainda busco realizar, outros que já realizei e sou grata. Por exemplo, eu sonhava, desde pequena, em me casar às 18 horas e entrar na igreja ao som da Ave-Maria com um buquê de flores e um terço na mão, seria uma homenagem a Nossa Senhora. Casei no ano passado e Deus providenciou tudo para que fosse assim e foi lindo!
Quando vejo as fotos e penso naquele dia fico contente por ter realizado mais um sonho, e por aí vai... A vida segue seu rumo e precisamos seguir o nosso também. Certamente na sua vida não é diferente, imagino que você possua sonhos que já tenha conseguido realizar e outros, não. Mas se entre os sonhos que não realizamos existem tantos outros que conseguimos realizar, por que pararmos na dor?
Por outro lado, quando falamos de sonhos possíveis de realizar, é preciso acreditar e lutar por eles com tudo que temos, sem desistir até o último instante. Por isso, hoje, não permita que situações ou pessoas roubem sua vontade de sonhar. Jesus Cristo foi um grande sonhador. Ele sempre falou de sonhos e nunca deixou de encarar Sua realidade humana e divina. Seu exemplo e Sua vitória nos contagiam e nos chamam a segui-Lo confiantes, buscando a cada dia fazermos a nossa parte. Sonhos não viram realidade num toque de mágica, a alegria da vitória passa pela luta de cada dia. Coragem!
Talvez, hoje, seja um ótimo dia para você voltar aos "vilarejos" de sua história, tirar as "placas" que denunciam desistência e voltar a sonhar, tomar posse do que já é seu. Não abra mão dos seus sonhos!
Se você não realizou seus sonhos, entregue-os a Deus, não deixe que a lembrança deles lhe roube a alegria. E os que foram realizados, considere-os como sinais de que é possível ir mais longe quando acreditamos e não paramos nas barreiras. Elas existem para ser superadas.
Seus sonhos podem se tornar realidade se você acreditar. Vale a pena sonhar!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Amar dói

Um dia, alguém me disse que o amor para ser amor tinha de doer, não acreditei muito nisso não, mas hoje, percebo que é verdade. Pois amar é morrer a cada dia para as nossas vontades, é buscar sempre o último lugar, é querer antes a felicidade do outro que a nossa. E tudo isso é muito doloroso, pois dentro de nós há um desejo de ser reconhecidos pelo que fazemos, um desejo de ser retribuídos da mesma forma.
O verdadeiro amor é gratuito, não pede nada em troca, é silencioso, discreto e exigente. Alguns dizem que o amor é um verbo; outros, que é um sentimento; uns, que é uma decisão, mas o que mais me chamou a atenção foi ouvir que ele é um comportamento, pois se alguém me magoa ou me decepciona vou continuar o amando, pois o amor dentro de mim é maior que esta frustração. Isso não é ser falso, é ser verdadeiro, pois se fosse um sentimento, na primeira decepção deixaríamos de amar.
E dói, porque o amor exige esse comportamento de sempre esperar, sempre acreditar em descobrir "jardins" em meio a "desertos" de tantos corações. Corações feridos pelo mundo que prega o amor fútil, de conveniência, de prazer e que vai formando, hoje, pessoas cada vez mais insensíveis, com medo de amar, pois já sofreram muito com esse "tal de amor", vivido de forma incoerente, que escraviza e oprime, ilude e até mata.
Jesus soube viver de forma tão humana quanto divina esse amor-comportamento; na verdade, foi Ele quem nos deixou o caminho livre para vivê-lo. Ele sim amou verdadeiramente até doer, sofreu porque nos amou incondicionalmente.
Aliás, o amar e o sofrer andam lado a lado, pois o amor não nos impede de sofrer, assim como o sofrimento também não nos impede de amar. Mesmo que doa, você deve continuar amando. Interessante que o amor "doa", visto que essa palavra tem um duplo sentido: doa de "doer" e de "doar". Faça de sua forma de amar a alegria para os outros e você verá que essa dor de amor é algo sublime e simples.
Bom, a decisão é sua para levar essa novidade tão antiga a esse mundo tão carente do amor verdadeiro.
Se até hoje não amamos talvez seja porque não tenhamos sido amados. Dê o primeiro passo e ame, pois o amor que cura é o amor que damos aos demais. Então, você perceberá que vale a pena amar, mesmo doendo.

domingo, 23 de outubro de 2011

Superstição: quanto ela influencia sua vida?

A história da humanidade está repleta de relatos relacionados à superstição. Medo de gato preto, não passar debaixo de escadas, botar a imagem de Santo Antônio de ponta-cabeça no copo d’água, dentre tantas outras, são histórias que permeiam a vida de todos nós. As superstições são tão antigas quanto a humanidade. Estão presentes na história e associadas a rituais pagãos em que as pessoas louvavam a natureza.
Quem nunca ouviu falar de uma delas, não é mesmo? Há séculos convivemos com esses costumes, muitas vezes, sem saber como nasceram. Algumas dessas práticas são tão presentes em nosso cotidiano que as multiplicamos automaticamente em nossas vidas. Há relatos de que a roupa branca utilizada, por muitos, no Réveillon, é influência de tribos africanas que vieram para o Brasil no período da escravidão, cor que traduziria paz e purificação. Bater na madeira é um hábito milenar dos pagãos, por acreditarem que as árvores seriam morada dos deuses batiam na madeira como forma de espantar os maus espíritos que rondavam, chamando o poder das divindades.
O termo "superstição" vem do latim "superstitio", origina-se no que acreditamos a partir do conhecimento popular, trata-se de uma crendice sem base na razão ou conhecimento ou ainda algo muito relacionado ao comportamento supersticioso e mágico, ligado à maior ou menor "sorte" em determinada situação.
Desde a Antiguidade, os povos eram cheios de crenças ligadas a aspectos mágicos, identificando situações que dariam ou não sorte àqueles que seguissem determinadas práticas. Muitas superstições nascem de hábitos do passado que fazem sentido, mas cuja razão se perdeu ao longo do tempo, multiplicando uma situação inexistente, que, muitas vezes, vem de modo fácil e tranquilo. Usar a roupa da sorte, a bebida especial, a planta de tal tipo.
A superstição responde à nossa necessidade de segurança, conforme afirmação de Kloetzel. "Não é simples coincidência que, justamente o campo da saúde e da doença, em que nosso desamparo se torna mais evidente, esteja mais 'minado' por toda sorte de crendices" [...]. "Sabe-se também que é entre os idosos, às voltas com a ideia de morte, que o misticismo e a religião encontram maior número de devotos", revela o autor.
Estamos em pleno ano 2010, mas ainda há muitos fatos assim, sem uma base exata; e a verdade é que até aqueles que são mais descrentes, céticos, muitas vezes, vão atrás da "boa sorte".
A verdade é que por mais que digam que a religião possa carregar características supersticiosas, é um grande erro confundir as coisas, pois a religião não é magia. Ato supersticioso é o fato de alguém carregar um talismã, evitar situações, praticar atos de sorte ou coisas do gênero.
Religião é algo que permanece com o tempo e necessário é crer de forma intensa; já a superstição é algo em que não se acredita 100%, mas se faz esta ou aquela simpatia, carrega-se um objeto da sorte.
O que chamamos de comportamento supersticioso nem sempre é comprovado e, muitas vezes, é lendário, ou seja, de tanto se acreditar que algo dá azar ou sorte, a tradição deu àquele número, objeto ou situação um caráter de favorecimento e crença.
E você? Já parou para pensar naquilo que cultiva e acredita? Será que tem dado mais valor às superstições do que à sua vida de cristão?
Fica uma reflexão para revermos como cada um de nós assume medos, crenças e crendices que tantas vezes mobilizam nossas vidas.

sábado, 22 de outubro de 2011

Trabalhar as emoções feridas

A dificuldade de relacionamento e a possibilidade da mágoa não estão ligadas ao fato de sermos mais ou menos santos. Santidade é fruto de superação. Aliás, muitos santos só chegaram ao estágio de santidade exatamente porque conseguiram superar seus problemas de convivência. Ao lermos a vida dos grandes santos vemos como souberam amar, perdoar, relegar, passar por cima, voltar atrás... Foram mestres em relacionamento não porque não tiveram problemas, mas porque aprenderam a superá-los e a resolvê-los de modo correto.
Problemas existem, dificuldades de relacionamento são relativamente normais. Não podemos, sob nenhuma hipótese, permitir que essas dificuldades se transformem em ressentimentos.
Existem situações que fogem ao nosso controle e acabam por gerar desentendimentos. Mas isso jamais pode ser obstáculo para que vivamos como irmãos e nos amemos cada vez mais. O segredo é não deixar o sentimento negativo se transformar em ressentimento. A verdade precisa aparecer sempre.
É preciso aprender a expressar nossos sentimentos positivos e também os negativos. Não adianta querer se martirizar guardando tudo no coração. Mas é preciso aprender a fabulosa arte de se expressar, especialmente quando somos provocados por sentimentos estragados. Se já é difícil expressar os sentimentos bons, quanto mais expressar corretamente os sentimentos estragados. É preciso saber como falar e, acima de tudo, falar com o objetivo de fazer crescer, de desejar a cura do outro e não a sua destruição.
Ninguém está imune ao ressentimento. Ninguém consegue superá-lo só com alguns bons conselhos. O ser humano vive e se abastece pelo diálogo. Esse é o modo natural de comunicação. Mas parece que nos esquecemos de algo tão óbvio e evidente, e, diante dos problemas de relacionamento, nos fechamos num silêncio sepulcral. Sem a coragem de dialogar não existe a menor possibilidade de evitar que os problemas mais comuns do dia a dia acabem por se transformar em ressentimento.
Assim como a oração precisa ser sincera, o diálogo também deve obedecer a essa lei fundamental. Sinceridade significa estar desarmado. Não há como um diálogo ser canal de cura se eu for ao encontro do outro com o oração armado e pronto para criticá-lo, brigar com ele, ofendê-lo e culpá-lo. Isso não é diálogo, é provocação.
No diálogo fraterno e honesto não pode existir a intenção de ofender o outro ou de devolver a ofensa recebida. Se existe essa intenção, é melhor deixar para outra hora. Tudo o que falamos na hora da exaltação e da raiva só ajuda a aumentar o problema e a aprofundar a ferida.
O diálogo só é curador quando ocorre num clima de amizade fraterna, com o objetivo de solucionar o problema; é curador se ajuda quem fala e quem escuta. Ou ajuda a curar os dois envolvidos no processo ou não é cura do ressentimento. Por isso, o diálogo curador exige a coragem de ouvir. É preciso se colocar no lugar do outro, tentando enxergar o problema a partir do ponto de vista dele, tentando enxergar o problema a partir do ponto de vista dele, saber como ele está vendo e sentindo a situação.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Uso de drogas na adolescência

Pesquisas mostram que a maioria das pessoas que iniciaram o uso na adolescência, possuem algum tipo de desajuste familiar.
Desde pais ausentes ou separados, até pais dominadores que não respeitam a vontade e a personalidade do próprio filho.
A forma de educar uma pessoa contra o uso de drogas é muito discutido e também complexo, pois limitar a vida de um jovem, controlá-lo excessivamente na tentativa de evitar que ele faça uso de algum tipo de droga pode aguçar sua curiosidade, levando-o realmente à experiência e talvez a dependência. Este tipo de usuário pode vir a sofrer graves conseqüências, pois ao fazer o uso de alguma droga, correrá o risco de ser socialmente punido.
Nesse complexo assunto, o que resta aos pais é a abertura ao diálogo, não um diálogo que tenha início na adolescência, mas sim no decorrer do desenvolvimento da vida, um diálogo que dê noções claras de que existe limite para tudo. Afinal, na porta da escola tem um traficante esperando pelo seu filho.
Em primeiro lugar, a pessoa tem que ser criada com muito diálogo, jogo aberto, instrução sem repressão.
A família tem que se informar. Em vez de recriminar lembre-se que isso não é um crime, mas um problema a ser resolvido.
A família deve ler e instruir o dependente químico com reportagens de jornais e revistas.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A disciplina na adolescência

Falar de disciplina na fase da adolescência pareceria algo impossível, visto que justamente nesta crise vivencial da passagem da infância à vida adulta, o jovem enfrenta um grande número de dificuldades, mudanças e adaptações que o desajustam, não ficando fora o respeito às normas e leis estabelecidas.
O adolescente vive um permanente desajustamento que o impulsiona a se encontrar consigo mesmo e a se reconhecer como a pessoa que é e quer chegar a ser em um futuro. A isto chamamos “procura da identidade”, que é a tarefa mais importante a ser realizada nestes anos tempestuosos.
Os adultos acreditam que os jovens são rebeldes à disciplina e ao reconhecimento de limites, mas resulta ser o contrário, porque embora as manifestações externas juvenis possam ser vistas como uma resistência a respeitar as normas, em seu interior eles precisam e pedem limites, uma vez que isso lhes oferece segurança.
Saber até onde chegar, quando e como são realidades que os confundem muito e embora reajam e sintam como uma imposição, a disciplina serve para conduzir seus próprios comportamentos e reações, assim percebem que todas as ações têm conseqüências inevitáveis.
A sociedade atual apresenta dois grandes problemas, entre muitos outros: um deles é que ela se tornou permissiva demais e, o outro, é que os adultos padecem de uma espécie de pânico para enfrentar seus filhos ou alunos e exigir-lhes o cumprimento das disposições normativas familiares ou escolares.
Essa tarefa, então, resulta um pouco conflituosa porque não está bem definido como lidar com ela, além disso, sempre está sendo muito questionada. Os pais não sabem quando permitir, que horários sugerir para o trabalho, para a diversão, as obrigações de casa, etc., e não existe um manual que indique o que deve ser feito em cada caso e circunstância concreta.
Portanto, é preciso reconhecer que, para ter interações com os outros (família, companheiros, professores, pessoas...), devemos respeitar, primeiro, a própria pessoa e, depois, algumas regras que estão estabelecidas de maneira precisa em alguns âmbitos, além de outras que estão implícitas. Essa atitude nos dá a oportunidade de interagir com as outras pessoas, em um clima de respeito e dignidade, que tanta falta faz em nossa sociedade.
As normas nos oferecem o parâmetro para sabermos o que pode ou não ser feito, em cada contexto, tempo e lugar. Por isso, se deixarmos claro o que esperamos do comportamento de um jovem, ele irá aprendendo que esta disciplina não é uma simples imposição, mas uma ferramenta útil para a convivência social de qualquer tipo.
Se este período está caracterizado por desajustamentos físicos, cognitivos, emocionais e sociais, nada melhor do que oferecer um parâmetro de contenção para que essa insegurança se traduza em alguns direcionamentos que ajudem o jovem a aperfeiçoar seu comportamento e autocontrole.
A disciplina é formativa, deve ser considerada como uma educação positiva e não necessariamente impositiva, mas conscientizada, refletida, uma vez que pretende procurar e encontrar o equilíbrio entre a desorientação existente e o possível controle dos impulsos, sempre respeitando sua independência e liberdade, à medida que cada indivíduo consiga chegar a esta meta como um processo dirigido à auto-realização.
Ajudar os adolescentes a viver esta etapa como uma aventura maravilhosa, cheia de oportunidades de mudança, faz com que se tornem jovens autênticos, seguros de si, capazes de estabelecer sua identidade de pessoas únicas e valiosas.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A ARTE DE VIVER (Post Especial)

Li, gostei muito e achei importante postar. De autoria do Sr.Milton Chukster.

Muitas pessoas apenas existem. Não vivem. Deixam a impressão de serem mais máquinas do que pessoas com coração e sentimento. Importante é viver intensamente aquilo que se está fazendo. O agora. O passado não volta mais e o futuro ainda não está em nossas mãos. Importante é também percebermos a existência das coisas que nos rodeiam. Muitas vezes passamos por elas como se não existissem. Não vibramos com o sol que nos ilumina e aquece, não nos emocionamos diante de tanta beleza que a natureza, gratuitamente, nos oferece. Utilizamos as coisas de uma maneira insensível, desrespeitosa, sem coração. Esquecemos de valorizar e celebrar o tempo que Deus nos dá, o espaço infinito no qual nos movemos, o sol e as estrelas, o vento e a chuva, o frio e o calor. Esquecemos de celebrar a terra que nos dá o alimento. Como máquinas, bebemos a água e engolimos a comida, sem agradecermos e celebrarmos o alimento que dá vida ao nosso corpo. Enfim, viver intensamente é gostar do que se faz, é vibrar com a ideia e os projetos que se tem, com o desejo de realizar, com tudo o que se passa pela cabeça e pelo coração. Devemos por em nossa vida mais esperança, mais alegria, mais amor. Acreditemos que o mundo, embora sendo muitas vezes, um vale de lágrimas, é sempre um campo de treinamento para construir o próprio céu. Afastemos de nós a destruição da vida. Nunca busquemos o lento suicídio dos vícios ou de uma vida sem sentido. Quem ama a vida não vive ocioso. Amar é colocar toda a vida em ação. Pensem nisso... pois quem ama, jamais envelhece, tornando nossa vida uma celebração permanente.

Amar sem anular o outro

O amor – em seu autêntico significado – é realidade que sempre fabrica vida e liberdade. É um sentimento, uma atitude que constantemente promove o bem e o realizar-se do objeto a que se ama.
O amor não pode ser confundido com um infundado desejo de posse, imbuído do intuito de devorar ou anular a personalidade do outro, transformando-o em um outro eu. Se assim o for, ele se transformará em um ilusório processo de manipulação, que acabará por ocultar toda sorte de egoísmos e carências infantis.
O amor, por definição, promove espaços de respeito e de autenticidade. Ele não manipula nem exige uma representação teatral, mas torna o outro cada vez mais ele mesmo, em um belo processo de acolhida da alteridade (diferença) que o compõe.
Um dos grandes erros que se pode cometer é querer amar alguém a partir apenas das próprias concepções, sem procurar entender como funciona o sistema de crenças – a cabeça – do outro e o que, de fato, lhe tem valor.
As pessoas são diferentes de nós e, assim, precisam ser respeitadas e acolhidas. É fato que por vezes a diferença nos assusta e desafia, contudo, não podemos impedi-la de acontecer, buscando trancafiá-la em um molde que só em nós encontrará o seu perfeito encaixe.
Quem ama não teme, acolhe. Acolhe o diferente que muitas vezes é até melhor que nós… e que por isso mesmo, acaba incomodando.
O outro é um outro, e assim precisa ser assimilado. Ele não tem a obrigação de gostar do que gostamos e de sempre ser o que queremos, para assim nos servir como a um fantoche afetivo, perenemente disposto a preencher nossas ausências e ideais desencontrados.
O autêntico amor cria no outro individualidade e autonomia afetiva, não o deixando eternamente escravo de nosso afeto.
Quem ama ensina o amado a também amar outras coisas além de si, pois acredita que quem foi profundamente amado não precisa ficar trancafiado neste registro afetivo, para disso se recordar.
Todo processo de posse e de excessiva exclusividade pode até ser chamado de amor, mas, no fundo, tem outros nomes, tais como apego e egoísmo.
Um amor que não promove no outro autonomia e capacidade de caminhar – individualmente – precisa ser revisto e purificado. Pois no exercício do amar, a pessoa precisa ser promovida e não absorvida pelo ato de quem ama.
O coração que deseja amar ajuda o outro a se descobrir e a, consequentemente, se assumir, solidificando, dessa forma, a própria personalidade e seu senso de autonomia pessoal.
Quem não se possui – não se compreende e não se tem… – não poderá se ofertar com qualidade, mas será suscetível de tornar-se objeto a ser anulado. Por isso, promovamos em nós mesmos e nos outros este processo de assumir-se/compreender-se, para que assim lancemos as concretas bases de um amor encarnado, que gera vida e que não se contradiz – não anula – em sua real missão e significado.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

O barulho das palavras

Dizem que quando Deus quer falar, não precisa do barulho das palavras, fala nos acontecimentos, no silêncio da natureza, fala como quer e do jeito que quer. Mas será que quando o Todo-poderoso quer falar estamos dispostos a ouvi-Lo? Eis a questão. Parece que, nos dias atuais, nossos ouvidos estão sempre ocupados. Escolhemos o que queremos ouvir, colocamos o fone e esquecemos o mundo à nossa volta. Como o Senhor costuma falar de um jeito sempre novo, fica difícil conseguirmos identificar Sua voz. Talvez nem paremos para pensar sobre isso, mas o fato é que a vida segue um ritmo tão acelerado que já não temos tempo para ouvir: nem uns aos outros nem a Deus.
Escutar é uma bela arte, saber falar também... Acredito que, se estamos buscando um crescimento espiritual, precisamos dar passos neste sentido, porque só conseguimos ouvir a voz de Deus se nossos ouvidos estiverem treinados em ouvir as pessoas. Você sabe o que se passa com a pessoa que está ao seu lado, seja no trabalho, em casa ou na escola? Costuma perguntar como foi o dia daqueles que convivem com você? É fácil perceber que há pouco interesse em ouvir o outro, talvez porque para fazê-lo é preciso esvaziar-se de si mesmo, e este é um desafio que, apesar de construtivo, nem sempre é apreciado.
Hoje dizer “faça silêncio”, talvez não seja a solução se quisermos crescer como pessoa, pois existem vários tipos de silêncio e nem todos são produtivos. Há silêncios, por exemplo, que são tidos como sábios. Outros, como necessários e outros ainda como indiferença. Portanto, antes de “resolver silênciar, precisamos ter a motivação certa. Já que, muitas vezes, a maior caridade não é simplesmente calar, mas sim ouvir e acolher a quem precisa falar.
É assustador, mas real, há muitas pessoas morrendo porque não conseguem ninguém que as escute. Ocupados com aquilo que escolhemos ouvir, vamos nos deixando embalar pela música que nos toca e não pelas situações que nos cercam.
Outro dia fiquei admirada com o que presenciei. Estava em um consultório médico e chegaram dois jovens, um rapaz e uma moça, não sei se eram irmãos ou amigos, não creio que seriam um casal, apesar de terem chegado juntos. Já sentados, trocaram algumas palavras e, em alguns minutos, cada um colocou o fone nos ouvidos e o silêncio reinou. Passei um bom tempo ainda no lugar e não os ouvi trocar uma palavra sequer. Coisa estranha, não é? Por que será que o som que sai do fone é mais interessante do que a vida de quem está ao nosso lado? Por que será que os meios que vêm para comunicar acabam nos roubando a comunicação? Penso que é hora de darmos mais atenção à forma como temos lidado com essa realidade e valorizarmos mais o diálogo.
Tanto as palavras como o silêncio têm sua força, negativa ou positiva; é grande sabedoria saber usá-los, mas é preciso usá-los. As palavras fazem parte da nossa essência, comunicar é preciso! Com palavras nos aproximamos ou nos afastamos do outro, apaziguamos ou ferimos. Damos ou tiramos a vida. Marcamos nossas escolhas com palavras e falar com a vida, com paixão, com os olhos, com os gestos, com a alma e com amor é transmitir esperança a quem nos ouve. Porém, na hora de escutar as pessoas, o barulho das palavras não ajuda nada. E aí entra o importante papel do silêncio.
Escutar significa receber alguém dentro de nós, em nosso coração e isso quase sempre se dá no silêncio. Por isso, é preciso ouvir a pessoa ! Não o que dizem da pessoa ou o que imaginamos a seu respeito, mas escutar a própria pessoa. Dar tempo para a pessoa falar. Parar o que estamos fazendo e olhar para a pessoa com a atenção que ela merece. É mais do que simplesmente ouvir palavras, é acolher a pessoa do jeito que ela está, com suas dores ou alegrias. É exigente, mas benéfico, pois quando escuto o outro, aprendo com ele, cresço com suas experiências e evito muitos erros.
Já observou que nossos problemas, muitas vezes, tomam proporções maiores do que as reais, justamente porque não escutamos as pessoas? Fiquemos atentos e procuremos dar mais atenção àqueles que nos cercam. Silenciar, sim, o silêncio tem um valor incalculável, mas que nosso silêncio não seja de indiferença e sim de acolhimento.
Penso que saber ouvir e saber falar é antes uma questão de respeito e amor à própria vida. Praticar essa arte é um dom.
Se enquanto você estiver lendo este texto, perceber que o barulho das palavras o tem impedido de ser melhor, tenha a coragem de recomeçar, silenciando. Por outro lado, se perceber que seu silêncio não tem produzido vida, saia dele o quanto antes e vá ao encontro do outro, levando uma palavra de esperança. Em todo caso, viva bem o hoje; apaixone-se pela vida. Partilhe suas lutas e conquistas. Faça pausas para escutar os outros e, pela força da comunicação, dê mais qualidade aos seus dias e seja feliz.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Ciúme: sinal de alerta nos relacionamentos

Quem nunca ouviu dizer que o ciúme é o tempero do amor? E você? O que acha disso? Temos assistido muitos casos nos quais esse sentimento [ciúme] é o “fósforo aceso na pólvora”, ou seja, provoca reações inesperadas e de total descontrole. Pensando assim, você ainda acha que senti-lo é normal?
Fatores culturais fazem com que acreditemos que o ciúme é uma prova de amor e que pequenos sacrifícios, como deixar de ir a determinados lugares ou trocar de roupa para que a pessoa amada não se chateie, são bem-vindos e são aquele “tempero” no amor. A grande questão é que os tais “pequenos sacrifícios” e este “tempero” transformam-se em aprisionamentos à medida em que o tempo passa. Estar com o outro passa, então, a não ter tanto sentido, perde a graça, e, certamente, mexe com as estruturas de qualquer relacionamento.
Do ponto de vista psicológico é um sentimento que envolve o medo de perder o amor da pessoa amada e está diretamente relacionado à falta de confiança no outro e, sobretudo, em si próprio. Quando ele se torna exagerado, consideramos que se transforma numa doença, chegando a pensamentos obsessivos. A complexidade do ciúme é grande, pois envolve pensamentos, emoções, comportamentos e reações físicas.
Pessoas ciumentas comportam-se a ponto de certificar frequentemente se são queridas, se as pessoas podem dar provas de amor ou mesmo pedindo provas para que este amor seja certificado, tais como: proibir o amado de visitar um determinado lugar, usar esta ou aquela roupa, prometer que fará ou não fará uma coisa, dentre tantas outras.
Muitas vezes, coloca-se nesses pedidos, que são coisas externas, o significado do amor, que de um sentimento interior, passa a ser construído com provas externas. Ciumentos fazem interpretações distorcidas e, geralmente, fazem isso não apenas com seu par amoroso, mas também nas relações de amizade, trabalho, família, cobrando atenção e isso vale até mesmo para o uso de objetos pessoais por outras pessoas.
Vale lembrar que, quando excessivo, ele se torna um problema de saúde psicológico, pois a pessoa começa a ter sentimentos paranoicos, delírios de perseguição e temor imaginário de que a pessoa está sendo vítima do mundo, com muitas fantasias, imprecisão e dúvidas ligadas a ideais supervalorizados ou delirantes são percebidas de fato como reais.
Muitas vezes, a pessoa passa a ter compulsão em dirimir suas dúvidas e, com isso, passa a invadir a privacidade do outro, abrindo correspondências, mexendo nos bolsos, no celular, nas redes sociais, fazendo um perfil falso para tentar “cavar” provas de infidelidade e tantas outras atitudes extremistas. Parecem atitudes bobas e até mesmo são reconhecidas pelo parceiro, mas não servem em nada para aliviar o ciúme, e sim, aumentam a sensação de desconforto.
Se você passa por esta situação, é importante que converse bastante sobre o assunto com seu par, procurando, juntos, as alternativas que permitam que o verdadeiro amor, baseado na confiança e na cumplicidade, possa crescer entre vocês, deixando também que Deus aja na insegurança, nos reflexos de dificuldades afetivas do passado, bem como buscar ajuda especializada quando perceber que a situação tomou uma proporção maior do que aquela que vocês podem administrar sozinhos.

domingo, 16 de outubro de 2011

As características do amor

Quando olhamos a manifestação do Espírito Santo, como o uso dos dons, tocamos na maravilha de Deus, que concede a Seu povo muitas bênçãos. Muitas vezes, nos questionamos: "Será que a ação de Deus se manifesta assim em mim?" Observe: todos esses dons são importantes, porém, a Palavra de Deus nos indica que o amor é o maior de todos os dons. Podemos até fazer bastante barulho, como um sino, mas é o amor que dá consistência à alma.
Você já sentiu um grande vazio em sua alma? Esse vazio se dá pela falta do Deus-Amor em nossa vida, se não amamos e não nos deixarmos amar sempre nos sentiremos vazios. Todas as nossas atitudes precisam ser por amor. Existem muitas pessoas que vivem correndo e movendo mundos e fundos, fazem muito, mas não amam nem se deixam amar.
Na vida o que realmente faz diferença são as pessoas que estão ao nosso lado; os idosos sabem bem disso. É desesperador quando alguém afasta de si as pessoas que o amam. E você pode se perguntar: "Não é a caridade que salva?" Podemos até fazer boas obras com a intenção de prejudicar alguém, com fins políticos, em nosso nome, para nos vangloriarmos, para sermos vistos pelas pessoas. Se o fazemos com essa mentalidade não há amor.
Aquilo que fazemos sem amor pouco é aproveitado, não nos sacia. Assim como nosso corpo tem necessidade de se alimentar, o mesmo ocorre com nossa alma, ela precisa de alimento. Só o amor nos torna imunes à maldade que tenta entrar em nossa alma. O amor não é um sentimento, não é uma paixão, estas são coisas distintas. Quando nós amamos alguém estamos a favor dessa pessoa, pois o amor pensa no outro, ao passo que a paixão pensa em si mesma. O amor alimenta a alma; a paixão a consome.
O amor traz em si características que são próprias dele. Ser paciente, esperar o processo do outro, a lentidão do outro. Se não amamos não temos paciência, pois o processo do outro nos faz sofrer. Quem ama tem paciência e espera pelo outro.
Para curarmos a maldade que sai da nossa boca é preciso pensar bem dos outros, querer o bem deles e lhes fazer o bem, como nos ensina Dom Bosco. O amor não tem inveja, quando você se perceber tendo inveja de alguém se pergunte: "Por que eu não amo essa pessoa?" O amor expulsa a inveja, ele não é presunçoso nem se enche de orgulho (cf. I Cor 13, 1-13).
Tudo o que não é amor em nossa vida é pecado. Quando lançamos raízes no amor até rezamos pelos nossos inimigos. Quando dizemos que Deus é amor e que Ele nos ama, estamos dizendo que Ele tem paciência conosco, que Ele não está interessado em nossos bens, porque o Senhor nos ama e não tem raiva de nós, nem se alegra com os nossos sofrimentos. Ele se alegra quando nós nos encontramos com a verdade.
Meu Deus acredita em mim, mesmo quando eu não acredito em mim mesmo. Meu Deus me espera e de mim espera tudo de bom. O amor jamais acabará. O amor sobrepõe todas as paixões.

sábado, 15 de outubro de 2011

Coração livre = vida nova

Dizem que a águia é um dos melhores exemplos de coragem na arte da renovação. É a ave que possui a maior longevidade da espécie, chegando a viver 70 anos. Mas, para chegar a essa idade, ela tem de tomar uma séria e difícil decisão. É que aos 40 anos, por estar com as garras compridas e flexíveis, ela não consegue mais agarrar as presas das quais se alimenta. E o bico, alongado e pontiagudo, se curva.
Apontadas contra o peito estão as asas, envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas, de forma que voar já não é tão fácil! Então, a águia só tem duas alternativas: Morrer ou enfrentar um doloroso processo de renovação de 150 dias de duração, que consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho próximo a um paredão, onde ela não necessite voar. E, após encontrar esse lugar, ela começa a bater com o bico em uma superfície até conseguir arrancá-lo. Ao alcançar esse objetivo, espera nascer um novo bico, com o qual, mais tarde, vai arrancar suas garras. Quando começam a nascer as novas garras ela passa a arrancar as velhas penas. E só após cinco meses sai para o esperado voo da renovação, quando poderá viver mais 30 anos.
Se é verdade ou não que essa ave passa por esse processo eu não sei, mas acredito que a parábola pode nos ajudar a pensar na vida e a nos encorajar a tomarmos as decisões de que talvez precisemos hoje.
Assim como acontece com a ave de rapina, a vida nos ensina que – para continuarmos voando – é necessário nos desprendermos daquilo que nos pesa: as lembranças, os costumes antigos, os apegos exagerados, os sentimentos feridos e tantas outras coisas que cresceram mais do que deviam dentro de nós, podendo nos roubar a leveza de nossos atos e nos impedir de voar mais alto.
Chega a hora em que é necessário fazermos uma parada para reflexão e possível mudança. Nem sempre é uma escolha fácil, porém, é importante. Uma viagem, férias prolongadas ou, para quem pode, uma temporada na praia podem ser ótimas opções. No entanto, o mais relevante é mesmo a coragem de rever a vida e a decisão de mudar o que é preciso. O lugar favorável ajuda, mas o essencial é mesmo a decisão da mudança.
Acredito que é fundamental, neste tempo, fazer as pazes com os acontecimentos do passado, preservando uma memória grata do que foi bom e a lição que os erros nos ensinaram, sem dar espaço para saudosismos nem culpas. Somente um coração livre do peso do passado pode dar espaço para as novidades que a vida oferece a cada amanhecer.
Conheço muita gente que deixou de viver por medo de tomar a decisão da águia... Que este não seja seu caso.A escolha é sua! Arrancar as penas antigas pode até doer, mas a esperança de ver outras nascerem encorajam a águia. Se algo o está impedindo de voar, tenha a coragem de lançá-lo fora, decida-se pela vida nova que o Senhor certamente deseja lhe dar e seja feliz.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Dependência tecnológica

Aceitamos plenamente que a realidade em nosso tempo é o uso cada vez mais frequente, e nas mais diferentes culturas, das tecnologias como forma de comunicação, informação, formação e entretenimento; embora seja um grande desafio gerenciar a quantidade do tempo que passamos diariamente frente a estas máquinas. Muito do nosso trabalho está ligado a equipamentos e softwares que facilitam nossa vida, mas diminuem o contato e o relacionamento humano.
Quando falamos em crianças em plena fase de desenvolvimento, podemos pensar no seguinte: quanto tempo elas ficam on-line, jogando? Qual a frequência de tempo frente ao computador? Já parou para analisar estas questões de família? O tempo é apenas uma forma de “medir” se estamos ou não dependentes, mas há outros fatores a serem considerados.
Há alguns indicadores para saber o quanto uma criança (e até mesmo um jovem) está com dificuldade de trocar o computador [por outra atividade] ou até mesmo tem um comportamento de dependência [ao equipamento], são:
- Quando o jogo ou o uso de mídias sociais como MSN, Orkut etc., torna-se a atividade mais importante da vida da criança, dominando seus pensamentos e comportamentos.
- Modificação de humor/euforia: experiência subjetiva de prazer, euforia ou mesmo alívio da ansiedade quando está no ato de jogar.
- Necessidade de usar o computador por períodos cada vez maiores para atingir a mesma modificação de humor, ou seja, para “sentir-se bem”.
- Fase de Abstinência: estados emocionais e físicos desconfortáveis quando ocorre descontinuação ou redução súbita do uso do computador (intencional ou forçada).
- Vivência de conflitos: pode ser entre aquele que usa o computador excessivamente e as pessoas próximas (conflito interpessoal), conflito com outras atividades (trabalho, escola, vida social, prática de esportes etc.) ou mesmo do indivíduo com ele mesmo, relacionado ao fato de estar jogando excessivamente (conflito intrapsíquico).
Não podemos negar as maravilhas oferecidas pela tecnologia, a facilidade de acesso, a disponibilidade de informações e a realidade que se encontra com este tipo de acesso e relacionamento, porém, cada vez mais frequente se torna a realidade das famílias dividas pela individualidade gerada no uso de tecnologia. Enquanto um fala ao telefone no quarto fechado, o outro está ligado no computador horas sem falar com ninguém, e a outra prende-se à TV, sem parar.
Quantas vezes as crianças, além do uso em casa, deixam de comprar lanche para jogar nas lan houses? São capazes de passar dias inteiros, finais de semana longe do relacionamento interpessoal. O uso do computador e seus jogos, que era reservado apenas como lazer, torna-se praticamente a atividade principal delas. O sono é prejudicado, a alimentação também, pois as crianças comem em frente ao computador sem ao menos saber quanto e o que, gerando obesidade. O isolamento continua e a irritação, por não usar o computador ou imaginar que vão ficar sem ele, se torna imensa, com um grande desconforto emocional.
Como família, é muito importante que possamos voltar nossa atenção para este assunto para que possamos desenvolver crianças e jovens com uma vida mais saudável, favorecendo as relações humanas mais sadias.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Alma gêmea: A espere, mas se prepare para recebê-la!

O que você poderia dizer para uma pessoa que acabou de entrar na sua vida e que você não sabe bem ao certo qual a diferença que ela fará?! 
O que eu posso dizer com propriedade é que NADA nesta vida acontece por acidente... Tudo tem um motivo, seja ele bom ou ruim! Absolutamente TUDO nos acontece por alguma razão... E tudo acontece graças a estas pessoas que, a todo momento, entram nas nossas vidas....
Algumas nos ensinam algo e se vão... Outras, entram em nossas vidas e ficam: Muito mais do que nos ensinar algo, elas nos acompanham e nos apoiam em situações que sozinhos, sinceramente não poderiamos compreender ou suportar!
E nossa vida é feita deste acumulo de pessoas e experiências - boas e más, que irão te divertir, te fazer chorar, rir, sofrer, CRESCER... E que, acima de tudo, irão te transformar na pessoa que você deverá ser! E você deverá ser sempre MELHOR! ... Principalmente melhor para o Amor!
Amor... Que palavra MARAVILHOSA de dizer... Mais ainda de sentir! Amor por você, pela familia, pelos amigos... Amor por aquele alguém que vai tornar a sua vida muito mais colorida, prazerosa e especial!
Quantas vezes você já não parou para pensar em como seria sua caminhada se você tivesse alguém para amar e dividir as suas vitórias, novidades, medos, fracassos... Alguém para dividir a sua vida! Não existe coisa melhor do que ter esta pessoa ao seu lado por toda uma vida, duas, três... Sim, você leu certo... uma vida, duas, três!!! 
Digo isso porque eu sou espirita e acredito em vidas passadas. Acredito também que aquelas pessoas que de uma forma especial fizeram parte da minha vida em outras encarnações, com certeza farão parte dela novamente nesta ou em outras vidas, especialmente aquelas com as quais eu tenha vivido momentos de felicidade e cumplicidade... Quem sabe você que está lendo isso agora não é uma destas pessoas?! ...
Para mim, a morte é simplesmente uma continuação da nossa vida em outro plano de existência. A nossa essência continua viva, SEMPRE! E o amor que temos pelas pessoas que verdadeiramente amamos, permanece por toda a eternidade! E entre estas pessoas está claro, a nossa Alma Gemea! ... Um ser com o qual você sentirá uma profunda afinidade e harmonia... Um amor incondicional e desinteressado, que irá extrair somente o melhor de você e te permitirá crescer e evoluir através de uma perfeita ligação entre os planos fisico, emocional, intelectual e espiritual.
Mas disfrutar a vida ao lado desta alma gemea é um presente concedido para poucos, uma vez que não basta somente a estar esperando... Você precisa estar preparado para recebê-la!
Por isso eu acredito que antes de encontrar seu grande amor, talvez você precise passar pela experiencia de se envolver com algumas "almas companheiras". Elas farão parte da sua vida apenas o tempo necessário para que você aprenda o que for preciso para sua evolução! Algumas delas vão te fazer sofrer, outras te decepcionar... Mas acredite, isso será FUNDAMENTAL para que você esteja preparado para reconhecer e receber o seu verdadeiro amor. Lembre-se sempre disso e NÃO DESISTA NUNCA
Caia 7 vezes, mas levante 8... Levante e continue a sua busca!!
Mas antes de se envolver novamente, reflita sobre o que esta relação te acrescentou. Se permita dar este tempo... Nunca tente curar um amor com outro! Isso só trará como resultado mais decepções... E você estará correndo o grande risco de buscar fora o que não encontra DENTRO de você.
Pense no que você precisa fazer para se sentir uma pessoa completa e para que sua vida tenha sentido! Busque o que te faz feliz e esteja sempre de bem com a vida... NINGUÉM quer estar ao lado de uma pessoa ressentida, pessimista, triste ou problematica e que busca no outro o que esta faltando nela mesma.
Se a sua vida não tem sentido quando você está só, porque ela teria quando você estiver com alguém?! Para transferir para esta outra pessoa toda a responsabilidade da sua felicidade?
NENHUMA relação sobrevive a esta situação.  Você não pode esperar que o outro tenha a responsabilidade ou a obrigação de dar este sentido a sua vida. O amor é ATRAÇÃO. E você só se tornará uma pessoa atrativa quando aprender a ser feliz sozinha, se valorizar e principalmente SE AMAR!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Reconciliar-se com a própria história

Os cenários da história – tanto universal quanto pessoal – são sempre povoados, marcados por uma trama de significados e expressões que dão cor e direção aos corações e à vida de um povo. A história do homem traz consigo inúmeras marcas; algumas positivas e outras profundamente negativas e desestruturadoras. Enfim, toda história tem a sua “história” a contar, toda vida derramada no solo do tempo tem suas partes para reconciliar...
Há historiadores que definem a história humana como “história de guerras e conflitos”, e, de fato, tal afirmação não está ausente de verdade. Esta é mesmo marcada por diversas dores e contrariedades que se entrelaçam em uma constante dinâmica de morte e de vida.
No âmbito singular e pessoal não é diferente. Quando olhamos para a história de nossos próprios dias, sem dúvida, seremos capazes de aí perceber realidades que não desejamos nem quereríamos que aí estivessem.
Nossa história e as circunstâncias que a configuram, quase sempre, não são do jeito que queremos, por vezes, nossa biografia é povoada por erros e frustrações que não desejamos nem convidamos para nela habitar.
Há quem se envergonhe de sua própria história e há outros que dela fogem perpetuamente. Há quem não consiga se reconciliar com as perdas e contrariedades contidas na própria existência, nunca assumindo os próprios erros e fragilidades, e assim vivendo como alguém que “foge” eternamente da própria sombra.
Muitas vezes, nossa história é mesmo perpassada por realidades que são difíceis de lidar e encarar, todavia, ninguém pode se tornar verdadeiramente maduro e liberto na vida se não faz a experiência de se encarar naquilo que é.
A arte de se encontrar e reconciliar-se com a própria história pode ser fonte de aguda dor, contudo, é também fonte de intensa realização e emancipação existencial. Não existe outro caminho para crescer e ser gente na vida, pois, sem se reconciliar consigo e com as cenas que emolduram o seu próprio caminho de vida, o ser humano torna-se escravo de si mesmo e ausenta-se da alegria de poder aceitar-se naquilo que é.
Diante do real – de nossa identidade – poderemos fugir criando ilusões para mascarar o que somos ou poderemos enfrentar – mesmo sangrando – nossa verdade, extraindo dela a vida e a esperança que brotam do fato de não termos de fingir e encenar para sempre.
Nossa história pode ser fonte de lembranças dolorosas, sim, mas também pode – com uma força extraordinária – ser fonte de autêntica e encarnada libertação. Reconciliar-se, pois, com a própria história: Eis o desafio e a oportunidade de nos compreendermos amados e aceitos no que somos.
Esse é um caminho difícil, mas o fazemos acompanhados: dirigidos pelo infinito Amor, que dá sentido às nossas perdas e nos sustenta em nossas lutas. Assim seremos mais autênticos e livres na existência e poderemos construir nosso futuro com escolhas sábias e pautadas no Amor.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Violência familiar e doméstica

Mais comum do que as estatísticas apresentam, a violência doméstica e familiar é um fato explícito ou, muitas vezes, velado, encoberto, praticado dentro de casa, entre parentes (homem e mulher, entre filhos, dos filhos para com os pais e vice-versa, dentre outros), incluindo a violência e o abuso sexual contra criança, os maus-tratos contra idosos e contra a mulher, e violência contra o parceiro. Este problema se torna cada vez mais evidente, porque as marcas não são apenas sociais, mas geram um problema de saúde pública e cuidados que cada vez mais são percebidos e necessários às vítimas desses tipos de violência.
As pesquisas divulgadas mostram que os meninos são vítimas mais frequentes de violência física, porém, no que se refere à violência sexual, as vítimas mais frequentes são as meninas (3 a 4 meninas para um menino). Em muitos casos, a violência sexual e a violência física costumam aparecer juntas e nos três casos são um risco para o processo de desenvolvimento saudável da pessoa. É importante destacar a violência psicológica que também é sofrida.
A abertura para esse assunto não é muito fácil, pois, muitas vezes, a violência é silenciosa, envolve segredos familiares e aproxima-se dos agressores que, muitas vezes, estão mais próximos do que a família gostaria de encarar.
É interessante entender o que é cada um dos tipos de violência e saber como lidar com ela.
a) Violência física – ação única ou repetida, intencional, cometida por um adulto ou pessoa mais velha que a criança ou adolescente, que provoque dano físico, de grau variado de lesão que leve até à morte;
b) Violência psicológica – envolve um padrão de comportamento destrutivo do adulto, que interfere negativamente na competência social da criança, por meio de práticas de rejeição, isolamento, ameaça, descaso, corrupção, expectativas e exigências irreais, violências que não deixam marcas físicas, mas afetam diretamente o comportamento e o lado emocional dos violentados;
c) Violência sexual – ato ou jogo sexual, com a intenção de estimular sexualmente ou de usar a criança ou adolescente para obter satisfação sexual por parte de adulto ou de pessoa em estágio mais avançado de desenvolvimento. Existe também a chamada negligência que pode ser caracterizada como o abandono parcial ou total dos responsáveis e/ou a omissão quanto a oferecer as necessidades básicas e da supervisão essencial à segurança e ao desenvolvimento da criança, quando não associadas a privações socioeconômicas.
A violência contra a criança mostra-se, na maioria das vezes, como fator de risco para que apresentem problemas de comportamento, ajustamento escolar e de uma percepção social negativa, ou seja, com uma visão distorcida, amedrontada e até mesmo isolada dos relacionamentos sociais. Para enfrentar este problema, são utilizadas as chamadas redes sociais de apoio, ou seja, todos os recursos pessoais da criança e da família que são usados para enfrentar o problema da violência, como a própria família, a escola, os meios sociais frequentados pelas vítimas, além do suporte público e político no combate de tais situações.
Outra forma de agressão cometida por pais e parentes que pode prejudicar o desenvolvimento emocional, muito comum por aparentemente não causar danos às vítimas, são as violências psicológicas. Comparar a criança com o seu irmão, apontar os defeitos físicos e intelectuais ou castigá-la trancando-a no quarto escuro, são exemplos desse tipo de violência, dificilmente detectada, pois o agressor acredita que seu ato é apenas uma brincadeira ou forma de educar, mas pode gerar medos e conflitos na criança ou jovem.
Os principais sinais apresentados pelo jovem ou criança que sofre violência são: ansiedade, choros constantes sem aparente motivo, medo, pesadelos, tentativas de suicídio, marcas de violência no corpo, ataques de pânico, baixo rendimento escolar, sentimento de inferioridade.
Se a sociedade pudesse viver o verdadeiro uso da palavra "amar", que não aquele afirmado também pela mídia, ligado apenas ao namoro e ao sexo, e sim pensar no amor por sua definição mais simples – relacionar-se com igualdade de consideração, sem superioridade ou inferioridade, sendo tolerantes às falhas e diferenças humanas – muitos casos não seriam mais presenciados. Amar é não fazer ao outro coisas que nós não gostamos que sejam feitas conosco. O que nós não gostamos de receber, certamente o outro também não deve gostar. A partir desta vivência, nos tornaremos cooperadores um do outro em vez de destruidores. Que possamos ser agentes na extinção desta violência, com o máximo de respeito e ação frente a tais situações.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Quem não sabe perder, perde sempre

Nem sempre as coisas são como queremos e idealizamos, e é bom que isso seja assim, pois nem sempre o que queremos é o melhor para nós. Toda existência humana é marcada pela “condição de contradição”, ou seja, pela fraqueza, pecado e, conseqüentemente, pela queda.
Perder faz parte da vida e aceitar a própria condição limitada é sinal de sabedoria. É horrível conviver com alguém que crê ser absoluto e acredita que todos têm o dever de satisfazer suas vontades.
Há muitos pais que estragam seus filhos, porque não lhes ensinam que o “não” também faz crescer, e que a queda pode também ensinar. Há filhos que não aprendem, em casa, que na vida nós também perdemos. Precisamos aprender a lidar com nossos fracassos. Muitos não suportam os fracassos próprios da vida, porque foram educados somente para ganhar.
Para superarmos as quedas impostas pela vida precisamos ter a humildade de saber perder.
As pessoas não são obrigadas a ser e a fazer o que queremos; elas não são obrigadas a corresponder às nossas expectativas.
A maturidade se expressa quando o coração consegue deixar livre um outro coração que não quis pertencer a ele nem corresponder a seus desejos.
O fato de sermos contrariados é uma experiência que nos faz mais fortes, pois, compreendemos que nossa maneira de pensar não é a única nem a melhor, e que não estamos sempre certos. Precisamos saber perder e sair de cena quando erramos, quando não estamos com a razão.
Perfeição cristã não significa ausência de erro, mas capacidade de perdoar e recomeçar sempre. Não temos a obrigação de acertar sempre, mas temos sim o dever de aprender com nossos erros. Quem não sabe perder perde sempre, pois acaba sendo humilhado pelo fato de não aceitar a própria fraqueza; querendo, assim, ser o que não é e fazer o que ainda não é capaz.
Quem não sabe perder busca sempre levar vantagem sobre tudo e todos, tornando-se alguém insuportável e arrogante.
A humildade é escola da virtude, e grandeza é aceitar com ternura aquilo que se é.
A vida não diz sempre "sim", e a alma se torna grande quando é capaz de sorrir também diante do “não”. Aceitar que nem todos nos amam, que não somos bons nem os melhores em tudo, são expressões de um coração que compreendeu verdadeiramente o que significa “viver bem”. A derrota é sempre uma possibilidade de recomeço e crescimento para quem sabe bem aproveitá-la. Que esta não seja para nós motivo de paralisia, mas um trampolim a nos lançar nos braços da vitória.

domingo, 9 de outubro de 2011

Ao Coração

Deus me entregou bem mais do que mereço,talvez seja por isso que eu me cobre um pouco mais.
Não que eu não seja capaz mas, às vezes é difícil.
Nem sempre sei fazer o bem que eu desejo e, às vezes, eu me vejo me enganando sempre mais. Não que eu não queira acertar mas, nem sempre é possivel.
Já me condeno tanto pelos erros que na vida cometi, pelas vezes que eu não soube decidir e assim, meu coração gritava, desespero de quem ama coração, tu que estás dentro em meu peito me condenas desse jeito e eu não sei por qual motivo se és divina voz em mim.
Só te peço, por favor, eu sou humano, não me condenes assim.
Humano eu sou assim: virtudes e limites, se agora me permites eu pretendo ser feliz, sem prender-me ao que não fiz mas, olhando o que é possivel.
A dor que, às vezes, vem. Me faz feliz também pois, nela me recordo o valor que tem a cruz quando a noite esconde a luz Deus acende as estrelas.